Sociedade reage aos provocadores golpistas
Saudosistas do regime de terror implantado no Brasil com o golpe de 1º de abril de 1964, esses setores continuam vivendo a guerra fria e a famigerada lei de segurança nacional imposta pelo imperialismo norte-americano ainda na década de 1940.
Inconformados com a possibilidade de avanços democráticos em nosso País, notadamente com a breve implantação da Comissão Nacional da Verdade, esses milicos lançaram manifestos contra as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Mulheres) por elas defenderem a Comissão da Verdade e questionarem a Lei da Anistia de agosto de 1979, bem como contra o Ministro da Defesa Celso Amorim e à presidenta Dilma Rousseff, seus superiores e esta comandante suprema das Forças Armadas.
Como não foram exemplarmente punidos, esses insubordinados anunciaram uma “comemoração” para amanhã no Clube Militar, na Cinelândia – Rio de Janeiro. Contudo, no mesmo horário e local, haverá manifestação de democratas contra os golpistas e a favor da Comissão Nacional da Verdade, e em especial da abertura dos arquivos a ditadura militar.
Os manifestantes vão também defender a anulação ou revisão da Lei da Anistia para que aqueles que cometeram crimes contra a humanidade sejam condenados como exige a consciência democrática nacional e organismos internacionais como as Nações Unidas, o Tribunal Penal Internacional e a Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
Em Campinas, São Paulo, as viúvas da ditadura militar resolveram mais uma vez afrontar a determinação do ministro da Defesa e da presidenta Dilma e vão promover uma homenagem ao general Emílio Garrastazu Médici, o mais sanguinário dos cinco ditadores.
Eles vão lançar, no Clube Militar da cidade, o livro “Médici – a verdadeira história”. Porém no mesmo horário e na frente do Clube, trabalhadores que ocupam uma fábrica falida fundada no período da ditadura, vão realizar o ato “Médici nunca mais”. Lideranças sindicais e comunitárias e intelectuais também participarão do ato contra os milicos rfeacionários.
Militares honestos, democratas e nacionalistas, tanto da reserva quanto da ativa também divulgaram manifesto repudiando a atitude dos colegas insubordinados, e defendendo a Comissão da Verdade, inclusive cobrando o paradeiro dos corpos dos mortos sob tortura. Cineastas, procuradores, promotores, juízes e várias categorias profissionais igualmente divulgaram manifesto condenando os golpistas e defendendo a punição dos criminosos.
Anteontem, movimentos sociais, coordenados pelo Levante Popular da Juventude, realizaram manifestações e ações para expor publicamente ex-militares e policiais acusados de tortura, abusos sexuais e homicídios durante a ditadura militar em Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Rio, São Paulo e Porto Alegre.
Aqui em Fortaleza, o ato foi realizado das 10 ao meio dia em frente ao escritório do advogado José Armando Costa, delegado aposentado da Polícia Federal, apontado como recordista no Ceará de acusações de crimes de tortura e desaparecimento de pessoas durante a ditadura militar.
O filho do acusado, José Armando Costa Júnior, também advogado, e funcionários do escritório tentaram impedir a manifestação, mas os mais de 50 estudantes portando faixas e cartazes e acompanhados de uma batucada de latas e tambores, permaneceram denunciando os crimes de tortura. A Polícia foi chamada, mas não reprimiu a manifestação.
Nesta segunda-feira 26, teve início da II Jornada Pra Não Esquecer Jamais, com a Oficina de Agitação e Propaganda “nos tempos da ditadura”, tendo como palestrante o advogado trabalhista Tarcísio Leitão, preso várias vezes durante a ditadura, inclusive no Ilha de Fernando de Noronha. O local foi o campus do itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Ontem, também no campo do Itaperi, aconteceu a roda de conversa “Experiências da Ditadura”. Nesta quarta-feira, às 9 horas, no Centro de Humanidades da UFC, no Benfica, Cine-debate do documentário “Barra 68”, com o presidente da Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou, Mário Albuquerque e a professora –doutora da UFC, Adelaide Gonçalves. No mesmo local, às 14 horas, Cine-debate documentário “As Minhas Meninas”, com ex-presas políticas da ditadura e a professora- doutora Ana Rita Fonteles. E às 18 horas, no Campus do Itaperi, Mesa Redonda “A Comissão da Verdade e os Ranços da Ditadura, com o sociólogo e professor da UNIFOR, Pedro Albuquerque.
Nesta quinta-feira, às 14 horas, acontecerá o Rebatismo Popular da Rua Laudelino Coelho, em frente à Polícia Federal. Laudelino foi delegado da PF, acusado de tortura.
A II Jornada Pra Não Esquecer jamais fica encerrada no sábado com a Feira da memória, na Praça do Preso Político Desaparecido, em frente ao quartel do 23º BC, às 16 horas.
Fonte: Portal Vermelho