O nome de sua família Kosmodemianskaia é a junção dos nomes “Cosme e Damião” e Zoya é uma variação de Zoe (vida). Nasceu em 1923 na aldeia de Osino-Gay, perto da Tambov. Com pai bibliotecário e mãe professora, a infância de Zoya foi de convivência com livros que potencializou seu gosto por literatura. Aos 17 já havia lido obras de Leo Tolstoy, Pushkin, Byron, Molière, Miguel Cervantes, Charles Dickens, Goethe, William Shakespeare entre outros. Tinha um pequeno caderno com comentários dos livros que lia e um deles foi o resumo de sua luta e de sua morte: “Em tragédias de Shakespeare a morte de um herói é sempre acompanhada por um triunfo de uma causa moral elevado.”

Em 1938 entrou para o KOMSOMOL (juventude comunista russa) e durante sua fase colegial, em 1941, ofereceu-se como guerrilheira à organização juvenil. E foi designada para uma unidade guerrilheira da Frente Ocidental. Dos dois mil guerrilheiros e guerrilheiras desse staff apenas metade sobreviveu, não foi a sorte de Zoya.

Na aldeia de Obukhovo, perto Naro-Fominsk onde havia um acampamento de um batalhão de soldados nazistas ela e outros guerrilheiros entraram em território ocupado pelos nazistas. Zoya recebeu a tarefa de sabotar a estrutura de mantimentos dos nazistas que estavam ali acampados. Em 27 de novembro de 1941, aos 18 anos, Zoya incendiou um par de casas e estábulos. Quando estava começando uma terceira casa foi pega por soldados alemães.

Durante dois dias foi interrogada e torturada. Devido ao seu depoimento, não houve nenhuma consequência para os guerrilheiros, o que nos leva a crer que nada falou. Levaram ela para o centro da cidade no dia 29 com uma placa “Queimadora de casas, enforcada”

Enquanto era preparado o enforcamento ela dizia aos algozes: “Vocês vão me enforcar mas não poderão enforcar os 200 milhões que lhes enfrentarão!”. Enquanto colocavam a corda no seu pescoço ela apelava aos aldeões para resistirem.

Seu corpo ficou ali pendurado por semanas, até janeiro de 1942 quando o vilarejo foi retomado pelo Exército Vermelho e puderam enterrar a brava guerrilheira.

Zoya foi um exemplo na luta anti-nazista para o povo soviético. Foi reconhecida como heroína e várias meninas, instituições e lugares foram batizados com o seu nome.

Neste momento em que a votação na ONU para a condenação de “glorificação ao nazismo”, proposto pela Russia, tem votos contrários de EUA, Canadá e Ucrânia, junto com 55 outras abstenções, a memória de Zoya Kosmodemianskaia fortalece a luta contra o neonazismo atual.

Homenagem a Zoya em Moscou